A Poluição Sonora é causada pelo excesso de ruídos, que são gerados por uma ou mais fontes sonoras e manifestados ao mesmo tempo num ambiente qualquer. É um dos mais graves problemas urbanos atuais, e devido aos reflexos sobre a saúde e bem-estar da população, o Governo Federal até já criou um programa que estabelece normas, métodos e ações para controlar o ruído excessivo.
Como os ouvidos não estão preparados para resistir a ruídos de alta intensidade por muito tempo, todos sofrem com a poluição sonora. Os principais efeitos negativos são os efeitos psicológicos, como perda da concentração, perda dos reflexos, irritação permanente, insegurança quanto à eficiência dos atos, embaraço nas conversações, perda da inteligibilidade das palavras e os efeitos fisiológicos, como perda auditiva até a surdez permanente, dores de cabeça, fadiga, distúrbios cardiovasculares, distúrbios hormonais, gastrite, disfunções digestivas, alergias, aumento da freqüência cardíaca e contração dos vasos sangüíneos.
Poluição Sonora Afeta até o Sono.
O ruído pode dificultar o adormecer e causar sérios danos durante o período de sono profundo, proporcionando o inesperado despertar. O problema está relacionado com a descarga de hormônios, provocando o aumento da pressão sangüínea, vasoconstrição, aumento da produção de adrenalina e perda de orientação espacial momentânea. Despertar de um sono depende do estágio do sono, dos horários noturnos e matinais, idade do indivíduo, dentre outros fatores.
Como cada vez mais, lugares próximos, anteriormente sossegados, tornaram-se zonas de alto ruído e se torna mais difícil encontrar um local realmente silencioso, o distúrbio no sono torna-se cada vez mais freqüente. Embora o grau de sensibilidade varie com as características individuais e dependa do tipo de sociedade em que se vive, o certo é que o agravamento da situação começa a trazer preocupações. Sons acima dos 65 decibéis (dB) podem contribuir para aumentar os casos de insônia, de estresse, de comportamento agressivo e irritabilidade, dentre outros. Já níveis superiores a 75 dB podem gerar problemas de surdez e provocar hipertensão arterial. Para se ter uma idéia, no trânsito podemos estar sujeitos a ruídos acima dos 60 a 80 dB, enquanto que numa discoteca o som pode chegar aos 100 dB (veja quadro).
As crianças são as principais atingidas pela poluição sonora, tendo prejuízos em seu comportamento e na capacidade de aprendizagem, quando sujeitas com freqüência a altos níveis de ruído. Estes altos níveis podem ser gerados por hábitos comuns, como o rádio ou a televisão em volume muito alto. Em relação ao hábito de ouvir música com fones de ouvido, em elevado volume de som, um estudo feito há alguns anos, constatou que alunos que ingressavam na Universidade de Coimbra possuíam um elevado índice de perda de capacidade auditiva.
Enquanto outros órgãos do sentido descansam durante o sono, os ouvidos se mantêm em estado de alerta, a audição funciona como um alarme, e isso têm explicação antropológica: quando o homem vivia em cavernas, ficava atento para ouvir quando um animal se aproximava. Ao perceber o perigo, seu cérebro produzia quantidade extra de adrenalina, deixando o corpo preparado para o combate ou para a fuga. Hoje o homem não precisa mais se defender de predadores, mas seu sistema de defesa continua o mesmo: sempre que ouve um ruído alto, o nível de adrenalina aumenta, fazendo subir a pressão arterial e gerando estresse instantâneo.
Precauções que podem ser tomadas:
- Evitar exposição prolongada em ambientes com intensidade sonora.
- Evitar usar headphones ou earphones com volume alto.
- Usar protetor auditivo individual quando o barulho for inevitável ou não puder ser paralisado.
- Certificar que o protetor auditivo esteja limpo.
- Reduzir o tempo que você se expõe ao barulho.
- Reduzir, se possível, o barulho em sua fonte.
- Se estiver resfriado, não assoar o nariz com força.
- Não tomar remédios sem consultar o médico, algumas drogas são ototóxicas.
- Não introduzir objetos pontiagudos como palitos, grampos e até mesmo cotonetes para limpar ou coçar os ouvidos.
- Ficar atento a presença de zumbidos, dor de ouvido, coceira , secreção, sensação de ouvido tampado e intolerância a sons intensos, estes sintomas podem indicar o início de um problema auditivo.
- Fazer exames periódicos de sua audição e caso apresente qualquer alteração, consulte o médico otorrinolaringologista.
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TABELA DE IMPACTO DE RUÍDOS NA SAÚDE VOLUME/REAÇÃO EFEITOS NEGATIVOS EXEMPLOS DE EXPOSIÇÃO |
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VOLUME | REAÇÃO | EFEITOS NEGATIVOS | EXEMPLOS DE LOCAIS | |||||
Até 50 dB
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Confortável
(limite da OMS) |
Nenhum
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Rua
sem tráfego |
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Acima de
50 dB |
O ORGANISMO HUMANO COMEÇA A SOFRER IMPACTOS DO RUÍDO.
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De 55
a 65 dB |
A pessoa fica
em estado de alerta, não relaxa |
Diminui o poder de concentração e prejudica a produtividade no trabalho intelectual.
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Agência
bancária |
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De 65
a 70 dB (início das epidemias de ruído) |
O organismo reage para tentar se adequar ao ambiente, minando as defesas
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Aumenta o nível de cortisona no sangue, diminuindo a resistência imunológica. Induz a liberação de endorfina, tornando o organismo dependente. É por isso que muitas pessoas só conseguem dormir em locais silenciosos com o rádio ou TV ligada. Aumenta a concentração de colesterol no sangue.
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Bar ou
restaurante lotado |
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Acima
de 70 |
O organismo fica sujeito a estresse degenerativo além de abalar a saúde mental
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Aumentam os riscos de enfarte, infecções, entre outras doenças sérias
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Praça de alimentação em shopping centers
Ruas de tráfego intenso. |
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Obs.: O quadro mostra ruídos inseridos no cotidiano das pessoas. Ruídos eventuais alcançam volumes mais altos. Um trio elétrico, por exemplo, chega facilmente a 130 dB (A), o que pode provocar perda auditiva induzida, temporária ou permanente. |